Teste do Pezinho... Cariótipo...

A primeira semana foi bastante movimentada para o Bê. Várias mudanças a partir daquela cesárea que o tiraria de um lugarzinho mais que confortável. O mundo parece tão cruel com nossos bebezinhos... Além de uma alteração brusca de ambiente ao nascer, tem um caninho que é enfiado no narizinho, luzes, esfrega esfrega para limpar o corpo, colírio no olho e, como se não bastasse, tem que aprender a se virar para se alimentar: chorar para mamar e conseguir sugar o leite... Muitas coisas para um serzinho tão pequeno!

Bochechas gostosonas!!

Além de tudo isso, ainda tem o teste do pezinho. Claro que ele é super importante, mas toda mãe há de concordar que dá uma peninha ver aquele calcanhar furadinho, ensanguentado, e o bebê chorando, chorando, até preencher com sangue aqueles espaços no papel...

Ainda bem que pude contar com minha mãe e minha irmã para não assistir a esse momento. Levaram meu gurizinho na manhã de um dia frio, todo enrolado em mantas e cobertores. Soube que ele chorou sim, mas até que não foi tanto. Valente esse meu bebê! Parabéns Bezinho por mais uma etapa vencida!

Aproveitamos a ida ao hospital para coletar material para encaminhar ao laboratório e fazer o exame do cariótipo. Estávamos em dúvida e decidimos não continuar com ela. Havia momentos em que tínhamos certeza de que ele era portador da Síndrome de Down, pois seus olhinhos são inclinadinhos, há uma única linha na palma da mão, a nuca é bem gordinha e o dedão do pé é mais afastado do restante dos dedos. Mas o resultado viria em torno de 40 dias, a não ser que houvesse alguma alteração, como disse o Dr. Gilberto quando levei o Bê para ele examina-lo pela primeira vez. Ele disse que o Bê é perfeito, e isso é o que mais nos importa.

Um aperto da mamãe

Um beijinho do papai

O resultado chegou em 15 dias, confirmando que nosso bebê possui um "cromossomo adicional além do esperado, indicando uma alteração numérica, consequentemente há três cópias do cromossomo 21". Não sabemos o porquê, mas a cada dia temos mais certeza de que temos um anjo em nossas vidas, um ser iluminado, mais do que especial, que escolheu nossa família para transbordar de alegria e felicidade. Amo essa pessoinha mais e mais a cada dia que passa. Apaixono-me por ele a cada olhar, a cada suspiro, a cada mamada, a cada vez que sinto sua respiração, seu cheiro, seu calor. Bernardo, tu é o sol que veio iluminar nossas vidas. Nós te amamos!

Certidão de Nascimento

Com três dias de vida, o Bê teve seu registro efetuado em cartório. Agora, com uma identidade civil, passaria a ser nada mais, nada menos que BERNARDO CIELO MACIEL, nascido às 12:10 do dia 12/08/2013 no Hospital de Dom Pedrito - RS... Nosso Bezinho agora é mais um cidadão desse mundo enorme, mas não qualquer cidadão, e sim o mais ilustre e brilhante de todos!

Uma música...

Estive pensando em uma música ideal para cantar ao meu bebê. A que mais tem a ver com o que sinto, é a mesma que cantava para a Isadora. Uma música que diz, resumidamente, o que penso sobre ser mãe e o que espera um anjo que escolheu a mim para trazê-lo ao mundo. Amo meus filhos mais que tudo nessa vida e não medirei esforços para fazê-los felizes!

Um anjo do céu_Maskavo
Um anjo do céu
Que trouxe pra mim
É a mais bonita
A joia perfeita
Que é pra eu cuidar
Que é pra eu amar
Gota cristalina
Tem toda inocência
Vem Oh meu bem
Não chore, não
Vou cantar pra você
Vem Oh meu bem
Não chore, não
Vou cantar pra você
Um anjo do céu
Que me escolheu
Serei o seu porto
Guardião da pureza
Que é pra eu cuidar
Que é pra eu amar
Gota cristalina
Tem toda inocência
Vem Oh meu bem
Não chore, não
Vou cantar pra você

Lar, doce lar!!

Uma paradinha para o almoço na casa dos nonos, a primeira mamada fora do hospital e, finalmente, em casa.

Primeira foto fora do hospital, primeira mamada na casa dos nonos

Chegamos com nosso pequeno nos braços, tão frágil, enrolado em mantas e cobertores, mais parecendo uma trouxinha de roupas...

Primeiro banho - Bem cheiroso!

Dormiu quase todo o dia, só acordando para mamar. Foi muito especial toda a família reunida em casa para dar as boas-vindas ao nosso Bernardo. A maninha, inclusive, não foi à aula só para curtir nosso bebê amado. Passamos todo o dia o admirando e suspirando de alegria. Prestando atenção em cada pedacinho, para tentar encontrar alguma semelhança com alguém da família.

O primeiro banho foi à noite, dado pela mamãe e com uma enorme plateia. Lavei primeiro a cabeça, pois estava muito frio. Depois de secar os cabelos, lavei o corpinho... A ajuda da nona e do papai foram indispensáveis, já que havia certo despreparo 11 anos depois de dar banho em um bebezinho.

Tão pequeno, tão lindo, tão amado e esperado. 

Pose de galã

Finalmente estávamos em casa, podendo cuidar do nosso anjo do nosso jeito.

Nas primeiras 3 noites tivemos ajuda da nona Mara. Foram super tranquilas. Acordamos para o mamá e seguimos dormindo. Os dias seguintes foram melhores ainda, pois começamos a aprender os sinais que o Bê nos dava. Não se ouvia choro, só uma resmungadinha para mamar. Os banhos seguintes foram dados pela nona e, durante uma semana depois, pelo papai. A hora do banho sempre foi um momento de festa, pois era o momento do dia em que o Bê ficava mais acordado, sempre seguido de uma mamada e um soninho.

Papai dando banho: que momento!

Estar em casa com um anjo e uma família maravilhosa como a minha é a melhor coisa que se pode ter, curtindo cada momento e guardando cada lembrança no coração, levarei esses momentos para sempre comigo. Muito obrigada Isadora, Lula e Bernardo por estarem na minha vida e me completarem de maneira tão intensa. AMO vocês de todo o meu coração.

Um beijo com a delicadeza de uma flor - maninha

Duas diárias no quarto 16...

Com o papai: homens da minha vida

Ainda na sala de recuperação, analisando nosso bebezinho, notei que ele era diferente... De repente surgiu minha mãe (Mara) e minha filha mais velha (Isadora). Comentei com elas que, para mim, o Bê parecia ter os olhinhos puxadinhos para cima, que ele parecia ter Síndrome de Down. "Acho que não, ele ainda está muito inchadinho..." Fiquei ali, tentando mexer as pernas enquanto tentava ver melhor o Bê dentro daquele berço...

Tia Carol e nono Jorge

Mana Isadora e nona Mara

  

Fomos levados ao quarto para a primeira mamada. Estavam todos ansiosos para pegar o mais novo membro da família. Coisinha mais fofa do mundo!!! Nosso primeiro contato foi lindo... Demorou um pouco para conseguir sugar o leite, mas logo logo as estaladas mostravam que ele conseguira pegar o peito.
Fiquei deitada durante o resto do dia. Isso foi uma das coisas ruins da cesárea. Os pontos incomodavam até para virar de lado na cama. Parecia que minha barriga estava se rasgando... Mas tudo bem, fazia parte do pacote... E a sensação de ter o Bernardo ali, ao meu lado, mascarava qualquer coisa negativa que pudesse acontecer.

Mamando muito. Indescritível!

Tivemos que ficar dois dias no hospital porque a glicose do nosso Bezinho não estava se mantendo. Uma judiaria aqueles piques nos calcanhares do nosso pequeno a cada 3 horas... Nem sei descrever a sensação ao ouvir aquele chorinho de dor, parecia que era em mim... Melhor se fosse em mim, nunca quero vê-lo sofrer...
Estávamos no quarto quando uma enfermeira chamou o meu esposo para falar com a pediatra. Ele foi e voltou com uma carinha muito séria, mas sem falar sobre a conversa que tiveram. Foi em casa tomar um banho e voltou mais sério ainda, olhando a palma das mãos e os pezinhos do Bê. Percebi que havia algo de estranho e perguntei se ela comentou algo sobre a síndrome. Surpreso, ele confirmou que ela tinha uma suspeita, mas não certeza. Comentou que havia pesquisado na internet alguns traços que o Bê apresentava, como uma única linha na palma da mão, e o dedão do pé bem separado dos demais.
A partir daquele momento, percebi que era algo que certamente se confirmaria posteriormente. Ainda não sabia o que era um exame de cariótipo, quais as características, que problemas de saúde poderiam surgir... Teríamos de esperar...
Tudo em ordem, recebemos alta para apresentar nosso Bernardo ao mundo. Fomos para casa, finalmente, agora com nossa joia nos braços...

Com vó Dailis e papai Lula

Primeiro colinho da maninha

Agradeço aqui ao Dr. Caio e Dra. Cinara, a todas as enfermeiras que ajudaram a cuidar do Bê; às visitas que ele recebeu ainda no hospital - Ana e Santana, Bio, Vô Lula e Tia Fátima, Nonos Jorge e Mara, Tia Carol, mana Isadora, Dulce e Duca - e, especialmente, à Vó Dailis, que foi incansável nas duas noites que passamos no hospital, segurando nosso bebê para dormir, dormindo naquela poltrona desconfortável e trazendo nosso gurizinho para mamar na hora certa. Agradeço imensamente ao Lula, meu marido parceiro de todas as horas, que tornou possível a realização deste sonho.

Nasceu!

Chegou a hora... Com 41 semanas de gravidez, esperando que o Bernardo nascesse no dia dos pais, de parto normal... Nada! Consultei com o gineco dia 12/08/2013, segunda-feira, pela manhã. Como o Bê não se manifestou durante o final de semana e não estava encaixado, resolvemos fazer uma cesariana. Uma mudança de planos tão repentina que deu um frio na barriga. Fomos para casa pegar as bolsas, que estavam prontas desde a 36ª semana, e partimos ao hospital.

Uma das últimas fotos do barrigão

Fui chamada à sala de preparação, quando foi colocada a sonda. Sensação horrorosa!! Fizeram alguns outros procedimentos, e retornei ao quarto.
Fiquei aguardando algum tempo, com meu esposo, minha mãe, minha irmã e minha filha, até que chamaram para subir ao bloco cirúrgico. Tive que ir de cadeira de rodas, pois a sonda incomodava bastante. Meu marido me empurrou na rampa e foi até a porta de entrada, por onde não o deixaram passar (pois ainda não tinham a autorização do médico). Entrei e fiquei sentada aguardando a outra mãe que estava ganhando seu bebê. Estava nervosa sem a companhia do amor da minha vida nesse momento tão importante e o tempo custou a passar... Depois de ter terminado a cesárea anterior, chegou a minha vez. E meu marido? Precisava dele ali comigo...

Super -Equipe médica em ação

Subi na mesa, sentei para a anestesia e, de repente, não sentia mais a sonda... Que alívio! Deitei, vi o médico passando iodo na minha barriga, uma sensação de formigamento na pele e o pano verde subindo na minha frente... Não pude mais ver o que estava acontecendo pois, como disse o médico, eu "podeira aprender o procedimento" kkkkkk...
Fiquei o tempo todo acordada e, de repente, ouço a voz que precisava ouvir naquele momento "estou aqui, amor, tudo bem contigo?" Agora melhor ainda...
"Já cortaram minha barriga?", perguntei. "Claro, já está nascendo!"
E era verdade... Ouvi aquele chorinho lindo!! Era o nosso Bernardo vindo ao mundo com 49cm e 3,680kg, uma circular no pescoço, fazendo cocô e xixi. Meu marido amado veio me ver e dava para ver Aquele sorriso estampado em seu rosto. Não consegui conter o choro, tamanha era a felicidade que sentia. Trouxeram meu bebê para que eu pudesse ver o tão esperado rostinho... Lindo! Amado! Fofo! Meu anjo! Quando dei as boas vindas a ele, momento em que ele ouviu minha voz, pela primeira vez fora da barriga, parou de chorar. Conheceu a voz que conversou tanto com ele durante 9 meses...
Fui para a sala de recuperação e o Bernardo ficou em um bercinho ao meu lado. Fiquei só apreciando aquele serzinho tão pequeno e indefeso, sozinho naquele berço, chupando o beicinho e agarrando as mãozinhas... Mil coisas passaram pela minha cabeça... Só queria poder pegar, abraçar e aconchegar meu picorruchinho em meu colo.

Nasceu uma estrela

Grávida!!

Nossa história tem início em 07/11/2012, quando descobri que estava grávida. No mesmo instante, mandei uma mensagem no celular ao meu esposo: "1+1=3". Ele então me ligou perguntado qual o significado daquilo... "Ué! 1+1=3, estou grávida!!!!" A partir daquele momento, foi só alegria... O mundo todo já sabia da vinda do nosso bebê no mesmo dia em que nós soubemos. A felicidade estava estampada nos rostos dos futuros pais mais felizes deste mundo.
Passado o primeiro momento, demos início ao pré-natal. Exames, viagens, consultas... Tudo na mais perfeita ordem. Nada de enjoos, pressão dentro da normalidade... O único sintoma que me companhou durante meses foi o sono... Nooooossa, quanto sono...
O tempo foi passando, a barriguinha crescendo, e finalmente senti o bebê mexer... Que sensação maravilhosa!!! Saber que existe uma vida crescendo ali, dentro da gente, é algo espetacular... Aquela "tremidinha", no início, era sentida só por mim, mas aguardada por todos. Mexia, mexia e, quando alguém vinha sentir... ficava bem quietinho. Quem conseguiu sentir uma mexida foi a maninha, em um entardecer, quando estávamos descansando na cama. Logo depois, o bebê deixou o papai senti-lo. Daí em diante, não tinha mais paradeiro. Fazia ondas na barriga, dava chutes fortes, virava de um lado para o outro... Frequentes também eram os soluços. Ali muita gente conseguiu sentir o bebê. Mas apesar dos movimentos frequentes, nunca fez com que a mamãe perdesse uma noite sequer de sono. Comportado desde sempre!
Chegou a hora de fazer a Eco para saber o sexo do bebê. Quanta expectativa!. Todos achando que seria menino, alguns dizendo que seria menina... E veio a notícia: Menino!! O NOSSO MENINO! Saudável, perfeito e menino! Que fe-li-ci-da-de!!! Agora era só esperar o nascimento do nosso Bernardo!